sábado, 5 de dezembro de 2009

O que é Psicoterapia ?

É uma das práticas da Psicologia que busca promover a saúde mental través do auto-conhecimento, trabalhando a relação do sujeito consigo mesmo (conhecendo melhor seus limites, possibilidades e desejos, dentre outros) e a sua relação com as pessoas e o mundo ao redor, possibilitando uma melhor qualidade de vida.
Quem deve buscar por psicoterapia?
• Pessoas encaminhadas por vários profissionais: médicos, assistentes sociais, professores, orientadores educacionais, dentre outros.
• Pessoas que buscam auto-conhecimento ou que tenham questões existenciais que as perturbem.
• Pessoas que estejam passando por sofrimento e estejam sentindo dificuldades em resolver essa situação sozinhas.
• Pessoas com questões emocionais relacionadas a: estresse, dificuldades de relacionamento, problemas relacionados ao trabalho, sentimento de inferioridade, tristeza constante, ansiedade constante, medos, agressividade, insônia, insegurança, irritação exagerada, situações de luto, crises conjugais, problemas sexuais, obesidade, frustração, ciúmes excessivo, sintomas físicos sem justificativa médica, dificuldades escolares, hiperatividade, questões relacionadas a dificuldade em envelhecer, educar os filhos, dentre outros.
• Pessoas que buscam orientação profissional e sexual.
• Pessoas que passaram por acidentes ou situações de violência: sequestros, assaltos, abusos, dentre outras situações traumáticas, como doenças graves de difícil tratamento, por exemplo.
• Pessoas com depressão, idéias de suicídio, fobias, bulimia, anorexia, manias, tiques, problemas com drogas, dificuldade de se relacionar com outras pessoas, síndrome do pânico e outras transformações sofridas no comportamento habitual.

Daniela Ribas Lau

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Videogames e Dependência

As dependências acontecem com pessoas que vivenciam uma situação específica e não conseguem mais recuar e voltar para si. Algumas pessoas são capturadas pelas intensidades afetivas da nova experiência e se tornam dependentes. Inicialmente as pessoas se sentem mais vivas quando estão envolvidas com aquilo, mas depois vão se tornando escravas, pois não conseguem recuar, assimilar o que viveram, não conseguem deixar de fazer aquilo.
Comer, praticar esporte, trabalhar, jogar, apostar, consumir, todas as atividades podem assumir uma dimensão explosiva quando a pessoa passa a fazê-las de forma intensa e repetida e não consegue ficar sem elas por muito tempo. Aí se inicia um padrão de dependência.
Toda criança brinca de situações de "faz de conta", brinca de casinha, de boneca, de carrinho, de guerra e de luta. A fantasia e a simulação fazem parte de nossa vida psicológica. A criança brinca com elementos do mundo adulto adaptados para a sua realidade. Neste processo ela encontra um modo de recriar o mundo adulto ao seu modo, dando espaço para viver seus dramas internos e elaborar seus sentimentos. Os videogames permitem a criação de situações de simulação, de faz de conta, porém adaptadas também para os jovens e os adultos. Apesar de serem ficcionais, podem ser experiências bastante intensas, segundo os usuários de games.
Os videogames propiciam experiências virtuais cheias de possibilidades, onde é possível ser um outro além de si mesmo, dar vazão a fantasias que não se tornarão realidade e arriscar comportamentos novos. Num certo sentido, os videogames são também exercícios de libertação. Há uma certa promessa de "superação" das limitações reais da vida, uma negação da morte, permitindo uma experimentação radical sem efeitos reais.
Mas são também estas garantias que podem levar uma pessoa a querer ir sempre um pouco mais, capturada pelo jogo da simulação, no qual há uma suspensão do tempo que não se percebe passar. Em alguns casos o jogador compulsivo pode abafar muitas vozes: o vazio existencial, a falta de sentido, as carências, as frustrações, os sentimentos de inadequação e muitos problemas da vida.
A dependência acaba por tornar-se uma fonte de sofrimento, pois se uma pessoa depende de algo, ela já não faz mais por prazer e sim por necessidade. A pessoa sofre se não jogar e repete exaustivamente seu comportamento de jogar a ponto de comprometer seus relacionamentos, seus estudos, seu trabalho, sua saúde, etc.
O problema não está no game, que pode ser uma boa fonte de diversão e conhecimento, mas no padrão de uso que se estabelece com ele. Algumas pessoas perdem o controle e se tornam dependentes, devendo buscar ajuda psicológica, a fim de superar a dependência e restabelecer as relações familiares e sociais.

Daniela Ribas Lau
Psicóloga, Psicopedagoga e Educadora

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O que queremos para nossos filhos?

Muitas vezes lutamos para que nossos filhos possam ter o que nos faltou na infância, mesmo que não tenha sido tão importante a ponto de ter nos prejudicado em algum momento de nossas vidas. Isso é normal, não queremos que nossos filhos tenham de sofrer o que sofremos. Porém não podemos deixar de pensar em até que ponto estaremos promovendo ou prejudicando nossos filhos com esta postura.
Ao poupá-los de dificuldades, frustrações e perdas, estaremos contribuindo para que não tenham a autonomia necessária para enfrentar a vida em suas adversidades. Temos que deixar claro que enquanto pais seremos o seu porto seguro e que estaremos sempre ao seu lado diante das dificuldades e incertezas, indicando o melhor caminho a seguir, mas as escolhas serão deles, e terão que arcar com as conseqüências de seus atos.
Não é nada fácil trilhar essa caminhada de ponderar entre liberdade, cuidado, limite, assim como o equilíbrio entre afeto e cobrança, entre o sim e o não. Por isso, quando as dúvidas superam as certezas, e o limite parece uma conquista distante, os pais devem procurar acompanhamento psicológico para que a família possa se reestruturar e redefinir prioridades, aproximando pais e filhos, influenciando de forma positiva o convívio familiar e social.

Daniela Ribas Lau
Psicóloga, Psicopedagoga e Educadora

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dificuldades de Aprendizagem

Compreende-se dificuldade de aprendizagem como uma perturbação em um ou mais processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma dificuldade de escutar, ler, soletrar ou realizar cálculos matemáticos.
Muitas vezes as dificuldades de aprendizagem são concebidas como problemas insolúveis mas, antes disso, são desafios que fazem parte do próprio processo da Aprendizagem, a qual pode ser normal ou não-normal. É muito importante realizar a avaliação global da criança ou adolescente, junto a um profissional da área da saúde mental, considerando as diversas possibilidades de alterações no processo ensino-aprendizagem, para que o tratamento seja o mais específico e objetivo possível, minimizando transtornos ao paciente e sua família.
Em relação aos problemas de comportamento, os fatores mais comuns no desenvolvimento de dificuldades de aprendizagem são o Déficit de Atenção – Hiperatividade, Depressão Infantil e a Ansiedade (de Separação) na Infância. Os problemas emocionais que levam a criança a apresentar um baixo rendimento escolar devem ser tratados por um psicólogo, uma vez que existem grandes possibilidades de superação e quanto antes for diagnosticado mais eficaz será o tratamento.

Muitas vezes o diagnóstico pouco criterioso de "hiperatividade", "fobia escolar", dentre outros, serve como atenuante para alguma comodidade ou incapacidade da escola para lidar com processos e métodos de aprendizagem, por isso, cada caso deve ser avaliado particularmente, incluindo na avaliação o entorno familiar e escolar. Se as dificuldades de aprendizagem estão presentes no ambiente escolar e ausentes nos outros lugares, o problema pode estar no ambiente de aprendizado e não em algum distúrbio orgânico ou emocional da criança, devendo os pais estabelecerem um maior vínculo com os educadores a fim de conhecer sua metodologia de ensino.
Muitas vezes as dificuldades de aprendizagem são reações compreensíveis de crianças normais, porém, obrigadas a adequar-se às condições adversas das salas de aula. Muitas crianças sensíveis e emocionalmente retraídas passam a apresentar dificuldades depois de submetidas à alguma situação constrangedora não percebida pelos demais. Trata-se de uma situação corriqueira agindo sobre uma criança afetivamente diferenciada, que nem sempre a escola, incluindo a professora e demais colegas de classe, percebem.
Normalmente as crianças que apresentam dificuldades específicas no início da escolarização precisarão de maior atenção. São crianças que terão de desenvolver suas habilidades de apreensão daquilo que é ensinado. Portanto, cada uma delas precisa ser investigada e compreendida particularmente em suas dificuldades, com o auxílio de profissionais preparados para atender suas necessidades, como psicólogos e psicopedagogos, dentre outros.


Daniela Ribas Lau
Psicóloga, Psicopedagoga e Educadora

sábado, 19 de setembro de 2009

Sentir Ciúme é Normal?

Todos nós já sentimos ciúme pelas coisas que gostamos, sentir ciúme pelo que ou por quem gostamos é normal, faz parte do cuidado, do querer bem e ser amado. Um pouco de ciúme na relação amorosa significa que não se é indiferente ao parceiro, e que se zela pela continuidade da relação. Mas o ciúme desmedido pode tornar-se uma doença. A partir daí não há mais cuidado e nem zelo, mas sim controle e desconfiança.
A primeira arma contra o ciúme doentio é o diálogo, primeiro consigo mesmo: Há motivos para esse sentimento? Será apenas insegurança minha? E dialogar também com o parceiro ou parceira, contando como se sente em determinadas situações e buscando mudanças que procurem respeitar aos dois.
A pessoa que apresenta ciúme excessivo, insegurança e desconfiança de tudo e de todos, não acreditando que possa ser verdadeiramente amado(a), necessita procurar por atendimento psicológico, pois se não houver um acompanhamento profissional, ocorrerá uma sucessão de relações infelizes. A tendência é que a pessoa, mesmo mudando de parceiro(a), tenha os mesmos comportamentos.
Sentir ciúme faz parte das relações com quem amamos, mas temos que cuidar para que ele não passe dos limites e vire uma doença que só traz destruição.


Daniela Ribas Lau
Psicóloga, Psicopedagoga e Educadora

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Infância e Adolescência na História: A Garantia de Direitos e o Protagonismo Infanto-Juvenil


A infância tal como é concebida hoje, como fase de desenvolvimento, surgiu em meados do século XVII com a intervenção da igreja e dos poderes públicos a fim de combater os altos índices de mortalidade infantil. A escola surgiu nesse contexto como um lugar de quarentena onde as crianças recebiam cuidados e proteção fora do cotidiano dos adultos (internatos). Nessa época, a passagem da infância para a fase adulta dava-se através de ritos de passagem, não havendo fase intermediária.
Com o advento da Modernidade, especificamente após a Primeira Guerra Mundial, esse conceito social evoluiu difinindo-se a adolescência como fase de vigor e alegria, um tempo antes inexistente na cultura: o tempo de ser feliz, uma fase intermediária de construção da personalidade que vem a suprimir os ritos de iniciação antes existentes nos quais se passava diretamente da infância para a vida adulta fazendo a inserção do novo adulto na cultura.
Em 1927 é criado o primeiro código de menores no Brasil, sendo reformulado em 1979, o qual regulamentava a assistência e vigilância dos menores de 18 anos de idade em situação irregular, criando instituições responsáveis tanto pela proteção, como orfanatos, quanto de repressão, como a FEBEM. No dia 13 de julho de 1990 foi promulgada a Lei Federal 8.069, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), uma legislação que institui a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, criando assim um novo marco em nossa história.
O ECA, ao instituir a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e em formação, lançou um novo olhar sobre as instituições sociais, atribuindo-lhes novas responsabilidades. A Escola, assim como a família e a comunidade passaram a ter papel relevante na construção de sujeitos cidadãos, assim como a sociedade civil organizada passou a ter poder deliberativo nas ações do poder público o qual abrangeu suas ações passando a ser um agente fiscalizador e promotor da garantia de direitos.
Neste contexto, a infância, assim como a adolescência se instituiu como uma fase de cuidados especiais com direitos garantidos pela lei. Sabemos, porém que mesmo que hajam tais garantias, efetivá-las é uma tarefa árdua que em algumas situações torna-se utópica, uma vez que existem muitos problemas sociais a serem superados em nosso País (e no mundo), como a miséria, a fome, a marginalidade, a falta de assistência médica e a precariedade da assistência Social, que não possui dotação orçamentária suficiente para dar conta das desigualdades sociais.
Porém, mesmo em meio a dificuldades, tanto o poder público quanto a sociedade civil organizada buscam meios de superar dificuldades e estimular o protagonismo infanto-juvenil, criando novas possibilidades de inserção de jovens na sociedade e no mercado de trabalho através de atividades sócio-educativas em suas comunidades e nas escolas.
As utopias são necessárias para que possamos evoluir enquanto sujeitos. Se acreditarmos que nada que existe em nós poderá fazer diferença no mundo, não valerá a pena dar o nosso máximo, buscar quebrar o ciclo da pobreza e da marginalidade, quebrar a redoma da desigualdade, do preconceito, da individualidade e do consumismo. Os jovens, ao serem estimulados a estudar, sonhar, crescer, buscar seus direitos e sua cidadania, podem construir perspectivas de um futuro melhor e de uma sociedade mais fraterna.
O protagonismo infanto juvenil é a chave que dará ignição ao novo processo de mudança cultural. Não podemos enquanto educadores aceitar que os rótulos criados pela sociedade (e por nós mesmos) suprimam a criatividade e os sonhos dessa nova geração que possui um potencial inovador, que está sendo desperdiçado por falta de estímulo, já que a nossa geração (dos professores) viveu sua juventude em uma época diferente, onde o novo não era bem vindo, o diferente deveria ser uniformizado e as saliências deveriam ser aparadas.
O caminho é longo, já que não possuímos mapas nem receitas, e tampouco tivemos formação para lidar com tantas mudanças em um período tão curto de tempo. Sentimos angústia ao ver que somos superados em nossas habilidades com facilidade pelos jovens. Sabemos porém, que possuímos um tesouro que queremos compartilhar com essas férteis mentes, que é o conhecimento e a maturidade.
Está na hora de compartilhar saberes... foi dada a largada!


Daniela Ribas Lau
Psicóloga, Psicopedagoga e Educadora

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Amor e Diálogo: Uma parceria perfeita



O início de um relacionamento, em geral, é algo bastante mágico e feliz, repleto de belezas. Quando apaixonados, andamos nas nuvens, flutuando pelo ar. Fazemos "vistas grossas" para as diferenças e hábitos do outro que muitas vezes, posteriormente, são vistos como defeitos. Já as qualidades do outro são multiplicadas e ele parece-nos perfeito assim também como a nós mesmos quando nos olhamos refletidos em seu olhar.
Com o tempo e a convivência, aquilo que inicialmente era perfeito começa a ganhar contornos humanos. Aparecem as diferenças entre os parceiros. Inicialmente as diferenças decepcionam e fazem com que ambos se sintam enganados como se o outro tivesse omitido tais características.
A maioria das pessoas quando sentem-se magoadas, entristecidas ou desrespeitadas pelo parceiro ou parceira tendem a se fechar e não falar da situação em conflito, com o intuito de minimizar o problema e preservar a relação, sem perceber porém que a situação de conflito fica cristalizada e fere o amor entre os dois.
Deixar conflitos pendentes em uma relação pode gerar um tabu e enfraquecer a relação, pois as pendências tendem a se repetir, ampliando o conflito tornando difícil o relacionamento. Muitas pessoas confundem diálogo com acusações, e acham que devem falar tudo que sentem para o outro sem nenhum filtro, tendo um ponto de vista egoísta sobre seus problemas. Esta postura pode tornar o relacionamento hostil e superficial, já que uma das partes não reconhece seus próprios defeitos.
Uma maneira de falarmos para o outro, de forma sincera, sobre uma situação conflitiva é utilizando um fato vivenciado por ambos falando de forma clara e não agressiva como aquilo lhe afetou. Contando para o outro como nos sentimos frente a determinada atitude dele ou situação, estaremos nos posicionando frente o acontecido fazendo com que se coloque em nossa posição.
Só posso falar como nos sentimos depois de olhar para dentro de nós mesmos e encontrarmos as palavras que definem exatamente o que sentimos. Através do auto-conhecimento podemos expressar de forma mais adequada como nos sentimos, e o que queremos de uma relação. Para isso, precisamos dialogar muito, pois se somos complexos os outros também o são.
Encontrar-se para encontrar o outro, escutar para ser escutado, compreender para ser compreendido, eis o desafio maior de um relacionamento fundamentado no amor. Assim é trabalhoso, mas também encantador e compensador poder construir um relação verdadeira.